A Dipirona, também conhecida como Metamizol é um dos analgésicos/antipiréticos mais utilizados no Brasil. Sabendo desta informação, achamos importante mencionarmos o que a dipirona pode causar em nosso organismo.
O Que a Dipirona Pode Causar ?
Efeitos Colaterais
A Dipirona é um medicamentos que apresenta poucos efeitos colaterais, mesmo assim vamos destacá-los aqui:
Choque anafilático, Reações Anafiláticas/Anafilactóides
Normalmente, reações anafiláticas/anafilactóides leves manifestam-se na forma de sintomas cutâneos ou nas mucosas (tais como: prurido, ardor, rubor, urticária, edema), dispneia e, menos frequentemente, doenças/ queixas gastrintestinais.
Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo
Além das manifestações de mucosas e cutâneas de reações anafiláticas/anafilactóides mencionadas acima, podem ocorrer ocasionalmente erupções medicamentosas fixas; raramente exantema.
Distúrbios do Sangue e Sistema Linfático
Anemia aplástica, agranulocitose e pancitopenia, incluindo casos fatais, leucopenia e trombocitopenia. Estas reações são consideradas imunológicas por natureza.
Distúrbios Vasculares
Reações hipotensivas isoladas podem ocorrer ocasionalmente após a administração.
Reações hipotensivas transitórias isoladas (possivelmente por mediação farmacológica e não acompanhadas por outros sinais de reações anafiláticas/anafilactóides); em casos raros, estas reações apresentam-se sob a forma de queda crítica da pressão sanguínea.
Distúrbios Renais e Urinários
Em casos muito raros, especialmente em pacientes com histórico de doença renal, pode ocorrer piora aguda da função renal (insuficiência renal aguda), em alguns casos com oligúria, anúria ou proteinúria. Em casos isolados, pode ocorrer nefrite intersticial aguda.
Distúrbios Gastrointestinais
Foram reportados casos de sangramento gastrointestinal.
A Dipirona Pode Causar Agranulocitose ?
Apesar de ser um fármaco bem tolerado pela imensa maioria das pessoas, a dipirona/metamizol foi proibida em diversos países após alguns relatos de pacientes que desenvolveram agranulocitose.
A agranulocitose é uma situação na qual há uma queda abrupta no número dos granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), que são algumas formas de glóbulos brancos, células do nosso sistema imunológico responsáveis pelo combate a germes invasores. A agranulocitose induzida pela dipirona, apesar de temporária e reversível. É um quadro potencialmente fatal, pois pode deixar o paciente completamente indefeso contra infecções.
A Dipirona Pode Causar Agranulocitose. Porque Mesmo Assim Ela Continua Sendo Vendida em Vários Países.
A verdadeira incidência da agranulocitose induzida pela dipirona ainda é desconhecida. Os defensores do fármaco afirmam que o risco de agranulocitose foi superestimado em estudos conduzidos na década de 1970 e que a sua proibição não é baseada em evidências científicas fortes. Estudos mais recentes têm mostrado um risco de 2 casos de agranulocitose a cada 1 a 10 milhões de usuários do medicamento. Isso significa que num país de 200 milhões de habitantes, como o Brasil, se toda a população passasse a tomar dipirona de forma conjunta, teríamos entre 40 a 400 casos de agranulocitose. Em um país de 10 milhões de habitantes, como Portugal, se a população inteira tomasse o metamizol, o número de casos de agranulocitose seria de apenas 2.
Outro argumento em defesa da dipirona é o fato de que várias outras drogas que possuem risco de causar agranulocitose, tais como:
- ticlopidina,
- clozapina,
- sulfassalazina e
- Bactrim (sulfametoxazol + trimetoprima),
permanecem no mercado nos países que proibiram a dipirona.
Mais um ponto a favor da dipirona é um estudo publicado em 1998, no Journal of Clinical Epidemiology, que comparou as complicações fatais dos principais analgésicos e anti-inflamatórios do mercado e chegou a conclusão que a dipirona era uma droga mais segura que a aspirina, o diclofenaco e o paracetamol.
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